quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Relações entre internet e museus

Artigo: CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na internet e o visitante virtual. Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio. Vol.l, nº1 – jul/dez de 2008. p. 83 -93.

Relações entre internet e museus.

Este artigo desenvolve três grupos de questões relacionadas a museus na internet: os conceitos e definições, as pesquisas e o quanto as tecnologias da informação influenciam o visitante.
Este artigo é parte da tese de doutorado em Ciência da Informação da autora: “As transformações da relação museu e público: a influência das tecnologias da informação e comunicação no desenvolvimento de um público virtual”, defendido em 2005, no Curso de Doutorado em Ciência da Informação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Para desenvolvimento desta pesquisa, a parte empírica foi dividida em duas etapas: a primeira analisou as mensagens enviadas por e-mail pelos usuários do Museu Histórico Nacional (MHN). A segunda parte compreendeu uma pesquisa de público virtual, a qual foi enviado um questionário para averiguar se o público da rede é o mesmo que visita o MHN e qual a visão deste público virtual.

Conceitos de museus na internet: (SCHWEIBENZ, Werner, 2004)

O museu folheto: este é um site que contém a informação básica sobre o museu, como os tipos de coleção, detalhes de contatos, etc.
O museu conteúdo: este é um site que apresenta os museus, que possuem serviços de informação, e convida o visitante virtual a explorá-los online.
O museu do aprendizado: este é um site que oferece diversos pontos de acesso para seus visitantes virtuais, de acordo com suas idades, antecedentes e conhecimento. A informação é apresentada de maneira orientada contexto em vez de ao objeto. O site é desenvolvido didaticamente e relacionado através de links a informações adicionais que motivam o visitante virtual a aprender mais acerca de um assunto de seu interesse e a revisitar o site.
O museu virtual: o museu virtual não tem acervo físico. Neste sentido, coleções digitais são criadas sem contrapartida no mundo físico.


PONTOS FORTES
- Analisar os vários tipos de ações que o museu possa desenvolver na Internet (p.83);
- O museu virtual não é competidor ou perigo para o museu de ‘pedra e cal’ porque, pela sua natureza digital, não pode oferecer objetos reais aos visitantes, como o museu tradicional faz. (p. 84)
- Ao mesmo tempo o museu virtual vai atingir os visitantes virtuais que podem nunca ter tido a possibilidade de visitar um certo museu pessoalmente. (p. 84)
- A existência simultâneas de museus físicos e eletrônicos constitui uma marca deste século no âmbito cultural contemporâneo. (p. 84)


PONTOS FRACOS
- Para alguns museus, especialmente para museus de arte que apreciam o ideal da “coisa real” e sua aura, pode não ser uma idéia agradável tornar-se virtual. (p.85)
- O site do MHN caracteriza-se como museu folheto, pois apresenta informação básica sobre o museu, contudo, poderia se transformar em museu de conteúdo. (p.91)

DESAFIOS
- Os recursos eletrônicos poderiam propiciar maior disseminação e transferência da Informação?
- Como o mundo digital estimula ou altera o trabalho do museu “presencial”? Quais são suas forças e fraquezas? O museu virtual aponta a morte do museu como nos conhecemos? (p.84)
- O potencial de que aumente o público virtual é muito maior do que o presencial, na medida em que mais pessoas vão se habilitando a acessar a internet.

- Na medida em que usuários das classes econômicas menos favorecidas tenham acesso à internet, estes sites terão sua importância ampliada. O acesso à cultura é uma forma de inclusão social e de exercer a cidadania. (p.90).






terça-feira, 5 de novembro de 2013

Cultura do Acesso

       

          Na aula do dia 31 de outubro na disciplina de Museus no Mundo Contemporâneo do Curso de Museologia (UFRGS), a professora Zita Possamai, convidou, Anajara Carbonell Closs produtora cultural, para apresentar sua dissertação intitulada, Percursos de Acessibilidade Cultural Casa de Cultura Mario Quintana: uma pesquisa-ação inclusiva, defendida em setembro de 2013 no Curso de Pós-Graduação Unilassale no Mestrado Social e Bens Culturais.
           Anajara nos apresentou o documentário que realizou durante o mestrado sobre a dificuldade que pessoas com algum tipo de deficiência enfrentam ao chegar na Casa de Cultura Mario Quintana localizada no Centro Histórico de Porto Alegre. As dificuldades são diversas no sentido do próprio acesso, na localização dos serviços da Casa, no sentido de informação por parte do corpo funcional e também pela própria maneira de tratamento dos funcionários que não apresentam nenhum tipo de capacitação para tratar com este tipo de público.
          A partir deste contexto a professora propôs que como futuros museólogos fizéssemos uma reflexão, sobre, quais os desafios para os futuros profissionais de museus pensar a acessibilidade dos espaços culturais no Mundo Contemporâneo?
Acredito que como futuros museólogos atuando junto a gestores de instituições museológicas, temos que propormos ações destinadas a todo tipo de público e usuários. A questão de acessibilidade cultural parte de um projeto maior, de um conjunto de uma consciência da forma dos usos de todos os grupos que utilizam estes espaços. Como foi falado em aula acessibilidade não é somente uma rampa, mas pensar em todo processo de como a exposição, o acervo podem ser preparados pra serem usados por todos.
Apresento dois exemplos de trabalhos relacionados sobre a exposição e o acervo para deficientes visuais como propostas para seguirmos pensando como trabalhar as questões culturais, o importante é que o tema acessibilidade e cultura do acesso estejam sempre presentes em nosso trabalho.   

         O primeiro é o trabalho de conclusão de curso de Geanine Vargas Escobar, do curso de Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis pela Universidade Federal de Pelotas/RS, intitulado: O conservador em conflito: A iluminação em Museus com proposta para inclusão de deficientes visuais, este trabalho foi defendido em 2011 e teve como professora orientadora Dr. Francisca Michelon.

      O segundo exemplo é sobre um projeto coordenado pela Professora Francisca Michelon da Universidade Federal de Pelotas. O nome da proposta é: Fotografia para Ouvir. “É uma proposta na qual a descrição técnica da fotografia é transformada em uma narração da cena registrada adequada para ser ouvida. Assim, o ouvinte é capaz de, através da descrição, imaginar a fotografia e inteirar-se de algum dos muitos sentidos que ela possa ter, confrontando a sua visão com aquela apresentada na locução”. Para conhecer melhor o projeto acesse: http://www.ufpel.edu.br/ich/arquivofotografico/?p=752
               

          Estes dois exemplos de trabalhos apresentados sobre o tema de acessibilidade é uma forma de estimular e começarmos a pensar nos nossos desafios futuramente para nossas práticas museológicas.

Aplicar o que está na Lei e pedir auxílio para instituições especialistas neste assunto, quando não sabemos por onde começar são pontos essenciais.
Como experiência própria posso relatar que em 2011, quando trabalhava no Museu de História da Medicina do RS, o corpo funcional realizou um treinamento interno, Acessibilidade para Pessoas com Deficiência, ministrado por Viviane Panelli Sarraf à qual é diretora-fundadora da empresa Museus Acessíveis e consultora de acessibilidade cultural da Fundação Dorina Nowill para cegos, localizada em São Paulo. Acredito que preparar os funcionários destas instituições culturais para receber este público seria o primeiro desafio e o segundo pensar em projetos para serem aplicados nas instituições culturais, conforme a necessidade de todos.

Documentário Harmonia

Parque Harmonia

Na aula Museologia no Mundo Contemporâneo do dia 31 de outubro, a professora Zita Possamai, nos apresentou o documentário de Jaime Lerner, intitulado, Harmonia, este vídeo traz um embate sobre dois grupos de Porto Alegre, os carnavalescos e os tradicionalistas, a discussão do roteiro acontece em torno da construção de uma pista de eventos que estava em votação pela Prefeitura de Porto Alegre em 1993, durante o mandato de Tarso Genro.
Harmonia é o nome de um parque localizado em uma área central de Porto Alegre. Atualmente, durante a semana do dia 20 de setembro, todo ano ocorre o Acampamento Farroupilha em comemoração a Revolução Farroupilha (1835-1845), neste local este evento demarca um local de gaúchos tradicionalistas. Primeiramente o Parque foi chamado de Porto dos Casais, com o tempo recebeu o nome de Parque da Harmonia, através da lei nº 5066, de 1981, em 25 de março de 1987, pela lei municipal nº 5885, mudou o nome para Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
A disputa por este território é o ponto principal deste documentário, através dos depoimentos de historiadores como Tau Golin, Moacyr Flores, Mario Maestri, alguns tradicionalistas como Nico Fagundes, Bagre Fagundes, Paixão Côrtes, Barbosa Lessa; alguns carnavalescos de escolas de samba de Porto Alegre e outros, a discussão acaba sendo desenvolvida.
Este documentário aborda várias questões, que estivemos discutindo nesta disciplina, sobre identidades, tolerar e aceitar as diferenças, a questão de se colocar no lugar do outro, o patrimônio como força política.
Esta disputa realizada por estes dois grupos citados nos mostra os conflitos de uma demarcação de um local simbólico e também político. Conforme Néstor García Canclini “espaço de luta material e simbólica entre as classes, as etnias e os grupos”. Cada grupo apresenta seus argumentos sobre a questão da construção do sambódromo no Parque, os tradicionalistas falam que não teriam nada contra o carnaval e tudo contra a construção do sambódromo.
O documentário mostra o quanto à história explica as diferenças e o conflito entre estes dois grupos, tanto sobre a construção do mito do gaúcho, na fala de Paixão Cortês e na fala dos historiadores sobre a Batalha de Porongos afirmando a figura de David Canabarro como um traidor dos lanceiros negros.
Em um espaço que seria público, estes grupos não estão apenas defendendo seus espaços de agremiação, mas, também estão defendendo suas identidades conforme as raízes de suas
Laçador
culturas. E neste jogo de lutas simbólicas e políticas, podemos perceber que sempre ganha o lado com poder maior.  A justiça acabou suspendendo a votação deste projeto, o qual teve ambientalistas, políticos e o maior número de tradicionalistas contra a construção do sambódromo.
Atualmente, se fizermos uma relação sobre a questão do impacto ambiental relatado no filme, podemos questionar sobre o impacto causado, anualmente, neste parque durante o mês de setembro, durante o Acampamento Farroupilha. Existe também um restaurante neste parque, esta construção ninguém questionou.
A construção deste sambódromo vai além da discussão do impacto ambiental de um concreto construído neste parque e sim, o que realmente está em discussão é a defesa de um espaço por um grupo que não permitiria a mistura de grupos com formas diferentes de atuar, o qual constituiu em uma segregação. Hoje sabemos como terminou este episódio o carnaval visto como uma festa popular foi enviada para a parte periférica da cidade de Porto Alegre, onde encontra-se atualmente no Complexo Cultural do Porto Seco, na zona norte da cidade, longe dos olhos dos tradicionalistas.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A identidade cultural na pós-modernidade

Em outubro na aula de Museologia no Mundo Contemporâneo, foi realizado um Seminário sobre a obra do autor Stuart Hall, A identidade cultural na pós-modernidade.
Nesta obra o autor apresenta várias questões sobre as identidades e suas fragmentações na pós-modernidade, seus deslocamentos e a pergunta principal de sua obra, existe "uma crise de identidade"?
Segue abaixo as ideias principais retiradas da obra do autor Stuart Hall.

Stuart Hall - Teórico Cultural Jamaicano
1. A identidade em questão
Novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como sujeito unificado.

Velhas identidades - Sujeito Unificado
 Fragmentadas- Identidades na  Modernidade Tardia  (Final séc. XX. Pós-modernidade)                                         
                      
   a) Iluminismo
   b) Sociológico                                 
   c) Pós- moderno                                                                       Sujeito descentrado
                                                                                                  Crise de identidade?

“Crise de identidade”, dentro de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais – ancoragem estável o mundo social.
Propósito da obra: A pergunta é existe “uma crise de identidade”.
- Que pretendemos dizer com “crise de identidade”?
- Que acontecimentos recentes nas sociedades modernas precipitaram essa crise?
- Que formas ela toma?
- Quais são suas consequências potenciais?
Alguns teóricos acreditam que as identidades modernas estão entrando em colapso. Um tipo diferente de mudança estrutural está transformando as sociedades modernas no final do século XX. (p.9)
2. Nascimento e morte do sujeito moderno.
               Sujeito unificado 
                            l                    
                  Nascimento
- Humanismo – Renascimento (XIV-XVI)
- Reforma Protestante
- R. Descartes (1596-1650) “penso, logo existo”
- J. Locke – capitalismo – individualismo
- Darrwin
- Sociologia
Descentrando o sujeito
Esta fragmentação com as identidades modernas, não foram simplesmente uma desagregação, mas um deslocamento. (p.34)
Isto se deve a uma série de rupturas nos discursos do conhecimento moderno. (p.34)
Cinco grandes avanços na teoria social e nas ciências humanas ocorridos no pensamento, no período da modernidade tardia (a segunda metade do século XX), maior efeito o descentramento final do sujeito cartesiano.
1ª – a primeira descentração refere-se às tradições do pensamento marxista: as relações sociais e não uma noção abstrata de homem no centro de seu sistema teórico.
2ª – Freud – a descoberta do inconsciente.
3ª – Ferdinand de Saussure – a língua é um sistema social e não um sistema individual.
4ª – Historiador francês Michel Foucault – o poder disciplinar
5ª – Feminismo – política de identidade.
O autor mapeou as mudanças conceituais através das quais, de acordo com alguns teóricos, o “sujeito” do Iluminismo, visto como tendo uma identidade fixa e estável, foi descentrado.
3. As culturas nacionais como comunidades imaginadas
(p.47) O autor centrou na questão de como este “sujeito fragmentado” é colocado em termos de suas identidades culturais.
Identidade cultural – identidade nacional
- O que está acontecendo à identidade cultural na modernidade tardia?
- Como as identidade culturais nacionais estão sendo afetadas ou deslocadas pelo processo de globalização?
Onde nascemos - se constituem em uma das principais fontes de identidade cultural. Segundo o Hall, isto acontece de forma metafórica, aos nos definirmos como ingleses ou galeses ou indianos os jamaicanos. Porque estas identidades não estão literalmente impressas em nossos genes. Mas, pensamos nelas como se fossem parte de nossa natureza essencial.
(p. 48) O filósofo conservador Roger Scruton: para agirmos como um ser autônomo, primeiro nos identificamos como um membro de uma sociedade, grupo, classe, estado ou nação, que pode até não ter um nome, mas que a pessoa reconheça como seu lar.
Ernest Gellner: acredita que sem um sentimento de identificação nacional o sujeito moderno experimentaria um profundo sentimento de perda. (p.48)
Segundo Stuart Hall, as identidades nacionais não são coisas com as quais nós nascemos, mas são formadas e transformadas no interior da representação.
(p. 48-49) “Nós só sabemos o que significa ser “inglês” devido ao modo como a “inglesidade” veio a ser representada – como um conjunto de significados pela cultura nacional inglesa. Segue-se que a nação não é apenas uma entidade política mas algo que produz sentidos um sistema de representação cultural.”
(p.49) Uma nação é uma comunidade simbólica e é isso que explica seu “poder para gerar um sentimento de identidade e lealdade” (Schwarz, 1986. P.106)
Uma cultura nacional contribuiu para criar padrões de alfabetização universais, generalizou uma única língua vernacular como meio dominante de comunicação em toda a nação, criou uma cultura homogênea e manteve instituições culturais nacionais, como por exemplo, um sistema educacional nacional.
Narrando a nação: uma comunidade imaginada
(p.50) “As culturas nacionais são compostas não apenas de instituições culturais, mas também de símbolos e representações. Uma cultura nacional é um discurso – um modo de construir sentidos que influencia e organiza tanto nossas ações quanto a concepção que temos de nós mesmos.
(p.51) Como argumentou Benedict Anderson (1983), a identidade nacional é uma “comunidade imaginada”.
(p.51) – Mas como é imaginada a nação moderna?
- Que estratégias representacionais são acionadas para construir nosso senso comum sobre o pertencimento ou sobre a identidade nacional?
- Quase são as representações, digamos, de “Inglaterra”, que dominam as identificações e definem as identidades do povo “inglês”?
- Como é contada a narrativa da cultura nacional?
5 elementos principais para responder.
1ª – há a narrativa da nação – literaturas nacionais, na mídia e na cultura popular.
2ª - origens na continuidade, na tradição e na intemporalidade.
3ª – Hobsbawm e Ranger chamam de invenções da tradição: “Tradições que parecem ou alegam ser antigas são muitas vezes de origem bastante recente e algumas vezes inventadas.
4ª – exemplo de narrativa da cultura nacional é a do mito fundacional: uma estória que localiza a origem da nação, do povo e de seu caráter nacional num passado tão distante que eles perdem nas brumas do tempo.
5ª – A identidade nacional muitas vezes simbolicamente baseada na ideia de um povo ou folk puro, original.
Retornar ao passado ocultar uma luta para mobilizar as “pessoas” para que purifiquem suas fileiras.
Desconstruindo a “cultura nacional”: identidade e diferença. (discutirei se as identidades nacionais são realmente tão unificadas e tão homogêneas como representam ser)
(p.58) Ernest Renan disse três coisas constituem o princípio espiritual da unidade de uma nação: “[...] a posse em comum de um rico legado de memórias [...], o desejo de viver em conjunto e a vontade de perpetuar, de uma forma indivisiva, a herança que se recebeu” (Renan, 1990, p. 19)
Cultura nacional – “comunidade imaginada”: as memórias de passado; o desejo por viver em conjunto; a perpetuação da herança.
(p.59). [...] não importa quão diferentes seus membros possam ser em termos de classe, gênero ou raça, uma cultura nacional busca unificá-los numa identidade cultural, para representá-los todos como pertencendo à mesma e grande família nacional.
Mas seria a identidade nacional uma identidade unificadora desse tipo, uma identidade que anula e subordina a diferença cultural?
Esta ideia está sujeita à dúvida, por várias razões. Uma cultura nacional nunca foi um simples ponto de lealdade, união e identificação simbólica.
Ela é também uma estrutura de poder cultural.
1º unificação por meio de conquista violenta. “O povo britânico” é constituído por uma série desse tipo de conquistas- célticas, romanas, saxônica, viking e normanda.
2º as nações são sempre compostas de diferentes classes sociais e diferentes grupos étnicos e de gênero.
3° exercendo uma hegemonia cultural sobe as culturas dos colonizados.
(p.61) Em vez de pensar as culturas nacionais como unificadas, deveríamos pensá-las como constituindo um dispositivo discursivo que representa a diferença como unidade ou identidade.
De forma fantasiosa as identidades nacionais continuam a ser representadas como unificadas.
(p.62) Uma forma de unificá-las tem sido a de representá-las como a expressão da cultura subjacente de “um único povo”.
(p.62) A etnia é o termo que utilizamos para nos referirmos às características culturais – língua, religião, costume, tradições, sentimento de “lugar” – que são partilhadas por um povo. A Europa Ocidental não tem qualquer nação que seja composta de apenas um único povo, uma única cultura ou etnia. As nações modernas são, todas, híbridos culturais.
Raça – é ainda mais difícil unificar a identidade nacional em torno da raça.
(p.63) A raça é uma categoria discursiva e não uma categoria biológica. [...] como marcas simbólicas, a fim de diferenciar socialmente um grupo de outro.
(p.64) Nações de sangue.
Este breve exame solapa a ideia da nação como uma identidade cultural unificada.
Temos que termos em mente a forma pela qual as culturas nacionais contribuem para “costurar” as diferenças numa única identidade.
4. Globalização
(p.67) O que, então, está tão poderosamente deslocando as identidades culturais nacionais, agora, no fim do século XX? A “globalização”.  (são processos atuantes numa escala global que atravessam fronteiras nacionais, integrando e conectando comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo, em realidade e em experiência, mais interconectado.
As consequências desses aspectos da globalização sobre as identidades culturais:
- as identidades nacionais estão se desintegrando, como resultado do crescimento da homogeneização cultural e do “pós-moderno global”.
- as identidades nacionais e outras identidades “locais” ou particularistas estão sendo reforçadas pela resistência à globalização.
- As identidades nacionais estão em declínio, mas novas identidades – híbridas – estão tomando seu lugar.
Compressão espaço-tempo e identidade
(p.69) Que impacto tem a última fase da globalização sobre as identidades nacionais?
“compressão espaço-tempo” – se sente que o mundo é menor e as distâncias mais curtas, que os eventos em um determinado lugar têm um impacto imediato sobre pessoas e lugares situados a uma grande distância.
O impacto da globalização sobre a identidade é que o tempo e o espaço são também as coordenadas básicas de todos os sistemas de representação. Escrita, pintura, desenho, fotografia, simbolização através da arte ou dos sistemas de telecomunicação
Em direção ao pós-moderno global?
(p.73) Alguns teóricos argumentaram que o efeito geral desses processos globais tem sido o de enfraquecer ou solapar formas nacionais de identidade cultural.
[...] as identidades locais, regionais e comunitárias têm se tornado mais importantes.
(p.73) Alguns teóricos culturais argumentam que a tendência em direção a uma maior interdependência global está levando ao colapso de toda as identidades culturais fortes e está produzindo aquela fragmentação de códigos cultuais, aquela multiplicidade de estilos [...].
(p.74) Os fluxos culturais, entre as nações e o consumismo global criam possibilidade de “identidades partilhadas” como “consumidores” para os mesmos bens, “clientes” para os mesmos serviços, “públicos” para as mesmas mensagens e imagens...
(p.75) Quanto mais a vida social se torna mediada pelo mercado global de estilos, lugares e imagens, pelas viagens internacionais, pelas imagens da mídia e pelos sistemas de comunicação globalmente interligadas, mas as identidades se tornam desvinculadas-desalojadas-de tempos, lugares, histórias e tradições específicos e parecem “flutuar livremente”.
(p.76) “homogeneização cultural”.
(p.76) [...] o que está sendo discutido é a tensão entre o “global” e o “local” na transformação das identidades.
5. O Global, o local e o retorno da etnia
(p.77) As identidades nacionais estão sendo “homogeneizadas”?
1ª[...] ao lado da tendência em direção à homogeneização global, há também uma fascinação com a diferença e com a mercantilização da etnia e da “alteridade”. Há, juntamente com o impacto do “global”, um novo interesse pelo “local”.
[...] explora a diferenciação local.
(p.78) 2ª [...] a globalização é muito desigualmente distribuída ao redor do globo, entre regiões e entre diferentes estratos da população dentro das regiões.
3ª ponto crítico da homogeneização cultural é a questão de se saber o que é mais afetado por ela. Uma relação desigual de poder cultural entre “o Ocidente” e “o Resto”.
The Reste in the West (O Resto no Ocidente)
(p.80) Três possíveis consequências  da globalização.
a) globalização caminha em paralelo com um reforçamento das identidades locais, embora isso ainda esteja dentro da lógica da compressão espaço-tempo.
b) A globalização é um processo desigual e tem sua própria “geometria de poder”
C) A globalização retém alguns aspectos da dominação global ocidental, mas as identidades culturais estão, em toda parte, sendo relativizadas pelo impacto da compressão espaço-tempo.
O fenômeno Migração – impulsionadas pela pobreza, pela seca, pela fome, pelo subdesenvolvimento econômico
(p.83) A formação de “enclaves” étnicos minoritários no interior dos estados-nação do Ocidente levou a uma “pluralização” de culturas nacionais e de identidades nacionais.
A dialética das identidades
(p.83) Como esta situação tem se mostrado na Grã-Bretanha, em termos de identidade?
(p.84) A categoria da identidade não é, ela própria, problemática?
(p.84) É possível, de algum modo, em tempos globais, ter-se um sentimento de identidade coerente e integral?
(p.85) “O fortalecimento de identidades locais pode ser visto na forte reação defensiva daqueles membros dos grupos étnicos dominantes que se sentem ameaçados pela presença de outras cultural.
(p.89) A palavra “tradução” significa “transferir” – são homens traduzidos – eles são produtos das novas diásporas criadas pelas migrações pós-coloniais.
6. Fundamentalismo diáspora e hibridismo. (p.91)
Movimento contraditório entre Tradição e Tradução
(p.97) [...] a globalização pode acabar sendo parte daquele lento e desigual, mas continuado, descentramento do ocidente.
Referência: HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tadeu da Silva. Guaracira Lopes Louro. 11. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Museus e identidades na modernidade


No dia 26/09 a aula de Museologia no Mundo Contemporâneo, ocorreu no Museu Julio de Castilhos, que está localizado no centro histórico da cidade de Porto Alegre (RS), durante a 7ª Primavera dos Museus: Museus, Memória e Cultura Afro-Brasileira. Os palestrantes convidados para a fala neste dia foram o Prof. Dr. Iosvaldyr Carvalho Bittencourt Júnior e Me. Pedro Rubens Vargas.
O professor Iosvaldyr apresentou sua tese de “Moçambique de Osório Entre a devoção e o espetáculo: não se cala na batida do tambor e da Maçaquaia”, defendida em 2006 pelo Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Através de sua tese Iosvaldyr Carvalho, trouxe as problematizações que foi realizar esta pesquisa, do ponto de vista antropológico sobre a cultura negra.
Prof. Dr. Iosvaldyr Carvalho
O Mestre Pedro Vargas apresentou uma exposição virtual “O óbvio ainda pode surpreender”,  que fala sobre artistas negros e suas obras que encontram-se no acervo da Pinacoteca Ruben Berta e Aldo Locatelli. Para conhecer mais sobre a exposição: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/smc/usu_doc/invisivel_presenca.pdf
O dois palestrantes também abordaram questões sobre o Museu de Percurso do Negro em Porto Alegre. Uma das questões colocadas foi sobre a gestão deste Museu, que poderia acontecer através de um grupo gestor da comunidade negra, o qual poderia estar apoiado pelas políticas públicas da cidade. Dessa forma estaria integrada a prefeitura de Porto Alegre, afinal este museu foi realizado para a cidade de Porto Alegre.

Outro ponto em discussão abordado foi sobre as exposições relacionadas à cultura negra, que para os palestrantes deveriam ser tratadas com o olhar e a expectativa do próprio negro, com novos elementos, para deixar de ser abordado a invisibilidade do negro e a pedagogia das ausências. Algumas mudanças já estão acontecendo em nossa sociedade, o que podemos perceber através do próprio tema proposto pela, 7ª Primavera dos Museus deste ano, Museus, Memória e Cultura Afro-Brasileira.





terça-feira, 24 de setembro de 2013

Museu e Identidades na Contemporaneidade

No dia 19 de setembro, a aula de Museologia no Mundo Contemporâneo, ministrada pela professora Drª Zita Possamai foi realizada no Acampamento Farroupilha durante a visita ao Piquete Herança de Tropeiro para conhecermos o Museu do Tropeiro Gaúcho, o museu foi organizado por estudantes do Curso de Museologia (UFRGS).

Algumas problematizações sobre identidade e museu, foram realizadas durante a visita, abaixo algumas problematizações abordadas.
Qual o papel do museu quando não existe uma identificação do público visitante com o tema exposto?
Outra questão é: como o museu pode problematizar e como trabalhar aspectos da cultura?
Para que serve o mito? Seria para reforçar uma identidade, de uma elite, sugere segurança ou igualdade aparente.
Antes de continuarmos a discussão sobre o tema identidade, a professora Zita nos apresentou alguns aspectos históricos sobre a figura histórica do tropeiro e como a questão do mito sobre o gaúcho foi construída, falando sobre a fundação em 1948 do CTG 35 (Centro de Tradições Gaúchas), por Paixão Cortes, Barbosa Lessa e Antônio Augusto Fagundes.
Para prosseguirmos as questões levantadas tivemos como base, o texto de Luis Augusto Farinatti: “Os gaúchos e os outros”. Este autor apresenta algumas críticas em relação à figura mítica do gaúcho e como esse sentimento regionalista acaba sendo difundido e propagando sucesso social em sua identificação.
Para terminar é preciso refletir, qual é o papel do museu diante de um mito?
Não é necessário assumirmos uma posição, mas entender a construção do mito e conhecermos outras versões, para não reproduzirmos apenas uma representação do passado.



Referência: FARINATTI, Luís Augusto. Os gaúchos e os outros. Jornal Sul 21. 21/09/2011.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O Porvir do passado - Néstor García Canclini

Néstor García Canclini 
Na aula do dia 12/09/2013 da disciplina Museologia no Mundo Contemporâneo da professora Drª Zita Rosane Possamai, foi discutido o texto "O porvir do passado", do autor Néstor García Canclini, abordando o tema sobre como a modernidade, trabalha à noção de patrimônio e como ocorre a relação com o passado.
Neste capítulo quatro da obra Culturas Hibridas (2008), o autor apresenta o embate entre os setores tradicionais e os setores modernos nas sociedades latino- americanas.

Fundamentalistas e modernizadores frente ao patrimônio histórico (p. 159 - 161)
p. 159 - ...os modernizadores precisam persuadir seus destinatários de que, ao mesmo tempo que renovam a sociedade, prolongam tradições compartilhadas. Posto que pretendem abarcar todos os setores, os projetos modernos se apropriam dos bens históricos e das tradições populares.
p.159-160 – Para entender o desenvolvimento ambivalente da modernidade, é preciso analisar a estrutura sociocultural dessas contradições.
p. 160 - ... a questão dos usos sociais do patrimônio continua ausente. Como se o patrimônio histórico fosse competência exclusiva de restauradores, arqueólogos e museólogos: os especialistas do passado.
p.160. Neste capítulo questionarei como o sentido histórico intervém na constituição de agentes centrais para a constituição de identidade modernas, como as escolas e os museus, qual é o papel dos ritos e das comemorações na renovação da hegemonia política.
p.160. Porque o patrimônio cultural se apresenta alheio aos debates sobre a modernidade ele constitui o recurso menos suspeito para garantir a cumplicidade social.
p. 160. Esse conjunto de bens e práticas tradicionais que nos identificam como nação ou como povo é apreciado como um dom, algo que recebemos do passado com tal prestígio simbólico que não cabe discuti-lo.
p. 160. Frente à magnificência de uma pirâmide maia ou inca, de palácios coloniais, cerâmicas indígenas de três séculos atrás ou à obra de um pintor nacional reconhecido internacionalmente, não ocorre a quase ninguém pensar nas contradições sociais que expressam. A perenidade desses bens leva a imaginar que seu valor é inquestionável e torna-os fontes de consenso coletivo, para além das divisões entre classes, etnias e grupos que cindem a sociedade e diferenciam os modos de apropriar-se do patrimônio.
p. 161 – Preservar um lugar histórico, certos móveis e costumes é uma tarefa sem outro fim que o de guardar modelos estéticos e simbólicos. Sua conservação inalterada testemunharia que a essência desse passado glorioso sobrevive às mudanças.

A teatralização do poder (p. 161 -168)
p. 161- Entender as relações indispensáveis da modernidade com o passado requer examinar as operações de ritualização cultural.
p.162 – O patrimônio existe como força política na medida em que é teatralizado: em comemorações, monumentos e museus.
p. 162 - ...pretendo deter-me principalmente na construção visual e cênica da significação.
p.162 – A teatralização do patrimônio é o esforço para simular que há uma origem, uma substância fundadora, em relação à qual deveríamos atuar hoje. Essa é a base das políticas culturais autoritárias.
p. 162. Ser culto implica conhecer esse repertório de bens simbólicos e intervir corretamente nos rituais que o reproduzem.
p.163 – “O que se define como patrimônio e identidade pretende ser o reflexo fiel da essência nacional. Daí que sua principal atuação dramática seja a comemoração em massa: festas cívicas e religiosas, comemorações patrióticas, e nas sociedades ditatoriais, sobretudo restaurações. Celebra-se o patrimônio histórico constituído pelos acontecimentos fundadores, os heróis que os protagonizaram e os objetos fetichizados que os evocam. Os ritos legítimos são os que encenam o desejo de repetição e perpetuação da ordem.
p. 164. Todo grupo que quer diferenciar-se e afirmar sua identidade faz uso tácito ou hermético de códigos de identificação fundamentais para a coesão interna e para proteger-se frente a estranhos.
p. 164. A escola é um palco fundamental para a teatralização do patrimônio.

São possíveis os museus nacionais depois da crise do nacionalismo? (p. 169 – 189)
p. 169- O museu é a sede cerimonial do patrimônio, o lugar em que é guardado e celebrado, onde se reproduz o regime semiótico com que os grupos hegemônicos o organizaram. Entrar em um museu não é simplesmente adentrar em um edifício e olhar obras, mas também penetrar em um sistema ritualizado de ação social.
p.170 – A crise do museu não se encerrou. Uma caudalosa bibliografia continua indagando sobre o obstinado anacronismo de muitos deles e sobre a violência que exercem sobre os bens culturais ao arrancá-los de seu contexto originário e reorganizá-los sob uma visão espetacular da vida são debatidas as mudanças de que necessita uma instituição, marcada desde sua origem pelas estratégias mais elitistas, para rever sua posição na industrialização e na democratização da cultura.
p.171- ...a reflexão sobre o lugar dos museus na política patrimonial pode ser útil para encontrarmos explicações para o nosso deficiente desenvolvimento cultural e nossa peculiar inserção na modernidade ocidental.
p.172 –Servem mais como conservadores de uma pequena porção do patrimônio, como recurso de promoção turística e publicidade de empresas privadas, do que como formadores de uma cultura visual coletiva.
p. 173. 1. A fim de entender as estratégias com que os particulares e o Estado põem em cena o patrimônio cultural, analisaremos dois casos representativos das políticas museográficas desenvolvidas no México.
O culto tradicional na modernidade.
A primeira estratégia é a espiritualização esteticista d patrimônio.
A segunda é a ritualização histórica e antropológica.
Analisaremos as duas políticas com a intenção de averiguar se seus modos de consagrar a cultura nacional podem sustentar-se nessa época de crise radical dos nacionalismos.
Museu de Arte Pré-hispânica Rufino Tamayo, de Oxaca.
Museu Nacional de Antropologia

Para que servem os ritos: identidade e discriminação (p. 190 – 193)
p. 190 - Os mitos nacionais não são um reflexo das condições em que vive a grande maioria do povo, mas o produto de operações de seleção e “transposição” de fatos e traços escolhidos conforme os projetos de legitimação política.
p. 190 – ... a identidade cultural se apoia em patrimônio, constituído através de dois movimentos: a ocupação de um território e a formação de coleções.Ter uma identidade seria, antes de mais nada, ter um país, uma cidade ou um bairro, uma entidade em que tudo o que é compartilhado pelos que habitam esse lugar se tornasse idêntico ou intercambiável. Nesses territórios a identidade é posta em cena, celebrada nas festas e dramatizada também nos rituais cotidianos.
p. 191- Por isso as coleções patrimoniais são necessárias, as comemorações renovam a solidariedade afetiva, os monumentos e museus se justificam como lugares onde se reproduz o sentido que encontramos ao viver juntos.
p. 192 – Os museus analisados ritualizavam o patrimônio organizando os fatos por referências a uma ordem transcendente. No Museu Tamayo, os objetos do passado são ressignificados segundo a estética idealista das belas-artes; no de Antropologia, os fenômenos culturais de cada grupo étnico são submetidos ao discurso nacionalista. Em ambos os casos, o material exposto é reorganizado em função de um sistema conceitual alheio.
p. 192 – ritos de passagem – entre os que participam e os que ficam de fora.

Rumo a uma teoria social do patrimônio (p. 193- 204)
p.194 – Se considerarmos os usos do patrimônio a partir dos estudos sobre reprodução cultural e desigualdade social, vemos que os bens reunidos na história por cada sociedade não pertencem realmente a todos, mesmo que formalmente pareçam ser todos e estejam disponíveis para que todos os usem.
p. 195 – Ainda que o patrimônio sirva para unificar cada nação, as desigualdades em sua formação e apropriação exigem estuda-lo também como espaço de luta material e simbólica entre as classes, as etnias e os grupos.
p. 197 – O discurso político continua associando preferencialmente a unidade e a continuidade da nação com o patrimônio tradicional.
p.202/203 – Um patrimônio reformulado levando em conta seus usos sociais, não a partir de uma atitude defensiva, de simples resgate, mas com uma visão mais complexa de como a sociedade se apropria de sua história, pode envolver diversos setores.
p.203 – [...] um projeto histórico solidário, os grupos sociais preocupados pela forma como habitam seu espaço.
p.204 – Não pode haver porvir para o nosso passado enquanto oscilamos entre os fundamentalismos que reagem frente à modernidade conquistada e os modernismos abstratos que resistem a problematizar nossa “deficiente” capacidade de sermos modernos.

Referência:  CANCLINI, Néstor García. O Porvir do passado. In. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Trad. Heloísa P. Cintrão e Ana Regina Lessa. 4.ed. São Paulo: Edusp, 2008. p.159-204.