terça-feira, 27 de abril de 2010

Oficina Educação para o Patrimônio: os museus e as escolas

Refletir os aspectos conceituais e metodológicos das práticas educativas que têm no patrimônio cultural o seu objeto, além de priorizar as teorias educacionais em museus e discutir as potencialidades das práticas culturais e sociais de memória é o que pretende a oficina “Educação para o Patrimônio: os museus e as escolas”, que será realizada nos meses de abril e maio, deste ano, no Museu de Artes e Ofícios, em Belo horizonte.
A oficina terá uma carga horária de 8 horas e será dividida em duas turmas:
A primeira, nos dias 29 e 30 de abril, das 14h às 18h.
A segunda, nos dias 07 e 08 de maio, das 8h às 12h.
Para cada uma delas, serão ofertadas 40 vagas, sendo que 35 destinadas aos professores da Educação Básica, de escolas públicas e privadas e 05 para alunos das licenciaturas da PUC Minas. Demais interessados, deverão aguardar disponibilidade de lugares.
Os participantes receberão o material de formação por meio eletrônico, produzido especialmente para a oficina. Ao final do evento será entregue um certificado de participação.
Para fazer a sua inscrição, clique aqui e preencha o formulário eletrônico.
Este projeto tem a parceria do Cefor (Centro de Formação Continuada de Professores) da PUC Minas, Labepeh (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino de História) da FaE/UFMG, do Mestrado em Educação da FaE/UEMG e do Museu de Artes e Ofícios (MAO).
Mais Informações: (31) 3238-5656

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Divulgação - 12º Fórum Estadual de Museus-RS em Santa Maria




Feira do Livro é patrimônio imaterial de Porto Alegre

Homenagem será anunciada oficialmente na sexta-feira /23/04/2010.

A Feira do Livro de Porto Alegre foi registrada como bem de natureza imaterial de Porto Alegre. Proposto pela Coordenação da Memória da Secretaria da Cultura da Capital, a homenagem foi confirmada na quarta-feira pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural do município. O fato será anunciado oficialmente na sexta-feira, dia 23, às 20h30min, no auditório Erico Verissimo do Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano.A cerimônia, realizada pela Câmara Rio-Grandense do Livro, homenageia anualmente personalidades e entidades que desenvolveram ou viabilizaram ações relevantes ao livro e à leitura.
ZEROHORA.COM

Formação Profissional para Museus

Seminário Internacional - Formação Profissional
11 a 12 de maio de 2010 -
Estação Pinacoteca SP O ICOM-BR organizará seminário internacional sobre Formação Profissional para Museus.
Comitê Brasileiro do Conselho Internacional dos Museus (ICOM-BR)
Formação dos profissionais de museus: reflexões e perspectivas
11 e 12 de maio de 2010
O Comitê Brasileiro do ICOM (Conselho Internacional de Museus), em consonância com a meta de fomentar a discussão dos grandes temas afetos aos Museus, convida seus associados, profissionais de museus, estudantes e interessados em geral para participarem do seminário internacional.
A formação dos profissionais de museus: reflexões e perspectivas. Quais os desenvolvimentos recentes neste campo no Brasil e no mundo? Quais os efeitos de programas de treinamento no desenvolvimento da força de trabalho? O treinamento é o melhor caminho para o trabalho interdisciplinar nos museus? Quais os desafios para a formação de profissionais de museus na contemporaneidade?
Estas e outras questões serão discutidas na construção de um panorama atual da formação de
profissionais de museus no Brasil e em outros países.

Programação
11 de maio
n 8h30min às 9h30min
Credenciamento
n 9h30min às 10h15min
Abertura oficial do seminário
Carlos Roberto F. Brandão
Presidente do Comitê Internacional de Museus no Brasil – ICOM-BR
João Sayad
Secretário de Estado da Cultura de São Paulo
Marcelo Mattos Araújo
Diretor-Executivo da Pinacoteca do Estado de São Paulo
Maria Olímpia Dutzmann
Presidente do Conselho Federal de Museologia
n 10h15min às 10h30min
Pausa para café
n 10h00min às 11h30min
A profissionalização dos trabalhadores de museus:
uma perspectiva internacional*
Angelika Ruge
Presidente do Comitê Internacional do ICOM para
Formação de Pessoal - ICTOP
n 11h30min às 12h00min
Debate
n 12h00min às 14h00min
Almoço
n 14h00min às 15h00min
Museologia, patrimônio e desenvolvimento profissional:
o programa de pós-graduação em museologia e
patrimônio - UNIRIO/MAST
Tereza Cristina Scheiner
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em
Museologia e Patrimônio - UNIRIO/MAST e membro
do Conselho Executivo do ICOM
n 15h00min às 16h00min
Formação em nível técnico para área de museus
Cecília Machado1 e Fernanda Martins2
1 Coordenadora do Curso de Museus da Escola Técnica
Estadual Parque da Juventude
2 Coordenadora Pedagógica da Escola Técnica Estadual
Parque da Juventude
n 16h00min às 16h30min
Pausa para café
n 16h30min às 17h30min
Debate
* palestra com tradução
Seminário Internacional
12 de maio
n 9h00min às 10h00min
A formação profissional segundo a sociomuseologia
Mário Moutinho
Professor da Universidade Lusófona e presidente do
Movimento pela Nova Museologia - MINOM
n 10h00min às 10h15min
Pausa para café
n 10h15min às 11h15min
Panorama da formação em museologia no Brasil:
ações da rede de professores do campo da museologia
Gilson Nunes
Representante do Fórum de Professores de Museologia
n 11h15min às 12h00min
Debate
n 12h00min às 14h00min
Almoço
n 14h00min às 15h00min
O componente de formação profissional na política
nacional de museus
Mário de Souza Chagas
Representante do Instituto Brasileiro de Museus, Ministério
da Cultura – IBRAM
n 15h00min às 16h00min
Desafios profissionais dos museus paulistas
Claudineli Moreira Ramos
Representante da Unidade de Preservação do Patrimônio
Museológico da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo
n 16h00min às 16h30min
Pausa para café
n 16h30min às 17h30min
Plenária final e encerramento
inscrições
somente pelo e-mail: seminario.icombr2010@gmail.com
Vagas limitadas.
Taxa de inscrição: R$ 30,00. Membros do ICOM-BR são isentos.
A inscrição será efetuada mediante envio do comprovante de
depósito no banco Itaú (341), agência 0173, conta corrente
64423-8, em nome do Comitê Brasileiro de Museus.
Local: Auditório Vitae da Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Largo General Osório, 66 - Luz - São Paulo/SP.
Acesso pela Estação Luz do Metrô.
Estacionamento no local: R$ 15,00 (período de 12 horas).

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Conferência Hugues de Varine

Varine: diálogo entre culturas protege patrimônio
O consultor francês Hughes de Varine foi o palestrante do período de Comunicações Temático da sessão ordinária desta quinta-feira (15/4) na Câmara Municipal de Porto Alegre. O pesquisador apresentou a palestra Comunidade Aberta, Patrimônio Partilhado, promovida pelo Memorial da Câmara com apoio da Ufrgs e da Associação Brasileira de Ecomuseus e Museus Comunitários. Ele abordou a importância da coexistência entre as comunidades locais e os visitantes, em especial os turistas.
A conferência de Varine, dirigida pelo presidente da Casa, vereador Nelcir Tessaro (PTB), foi antecedida pela apresentação da Orquestra Infanto-juvenil do Instituto Popular de Arte-Educação, instituição que propõe acesso à leitura, à história e à música como mediadores de transformação social e individual. Cerca de 20 jovens apresentaram os hinos Rio-grandense e Nacional da França, além de um repertório de músicas clássicas, regidas pela maestrina Rosângela dos Santos, professora da Ufrgs.
Patrimônio
Varine apresentou diagnóstico sobre o patrimônio histórico e cultural e o compartilhamento com o turismo e o turista, anunciando a importância que cada território tem, especificamente, no desenvolvimento social e cultural de uma comunidade. Ele destacou o que chama de “três pilares fundamentais” neste contexto de patrimônio, quando aponta governo local, comunidade, e atores econômicos. “Estes agentes precisam cooperar entre si”.
Para o consultor, é esta comunidade que precisa estar preparada para receber – e compartilhar –, de uma forma consciente, mobilizada e capacitada aqueles que a visitam. “É necessário um trabalho entre o individuo e o coletivo”. Varine listou diversos tipos de patrimônios que devem ser partilhados, como os materiais, imateriais, naturais e culturais, como por exemplo, as Igrejas. “O patrimônio deve ser vivo e em constante evolução”, citou o francês.
Turismo
Hughes de Varine fez um alerta sobre aqueles que visitam o patrimônio das comunidades locais, que além dos moradores e dos visitantes, também recebem “consumidores”, como os turistas. Mesmo que observe a importância do turismo, ele ressalta que os consumidores não respeitam as comunidades locais. “Estas comunidades precisam resistir a este tipo de turismo. As populações devem ser integradas por intermédio do patrimônio”, disse.
Segundo Varine, a comunidade precisa partilhar suas experiências com turistas, e acabar prestando serviços aos visitantes. “Existe a necessidade de respeito mútuo entre as comunidades, com diálogo necessário entre as culturas, línguas, crenças e ritmos”, defendeu. Ele apresentou, ainda, novos aspectos e tendências do turismo contemporâneo, como a Internet, o turismo inteligente e responsável, como o ecoturismo, e o turismo familiar.
Varine disse que o turista deve ser acolhido por uma “comunidade aberta”, com intercâmbio de idéias, conhecimentos e experiências. O consultor também apontou a importância de museus e ecomuseus comunitários que trazem a história de cada comunidade. “É importante criar redes de cooperação para criar condições de desenvolvimento e coexistência entre comunidades e visitantes”, concluiu.
Hughes Varine
Varine é formado pela Universidade de Paris com pós-graduação em História e Arqueologia e estudos aprofundados em História da Arte. Foi chefe do Centro de Documentação da Missão Cultural Francesa, ocupou cargos de diretor e vice-diretor do Conselho Internacional dos Museus, fundou o Ecomuseu de Le Creusot-Montceau, foi diretor do Sindicato para o Desenvolvimento do Sul da Picardia e produziu pesquisas sobre desenvolvimento e avaliação de políticas culturais.
Especialista em desenvolvimento de comunidades locais, Varine fundou a Asdic Consultores, tendo realizado missões de desenvolvimento cultural, social e econômico de comunidades urbanas e rurais da Comunidade Européia. Esteve presente em missões em Seine-et-marne, Maubeuge, Dijon, Conde-Sur-Escaut e trabalhou com grupos de jovens, incentivando práticas culturais e consolidando comunidades locais e indígenas. Suas missões internacionais envolvem países como Alemanha, Suécia, México, Brasil, Canadá, Portugal, Grécia, Hungria, Irlanda e Reino Unido.
O pesquisador é autor de O Cultivo dos Outros (Paris, Seuil, 1976), Iniciativa Comunitária (Macon, MNES & W, 1992) e Comunicação e Integração através do Econômico (Macon, Asdic, 2002), além de diversos artigos sobre museus, desenvolvimento cultural, desenvolvimento local e ação comunitária publicados em periódicos franceses. Atualmente é reconhecido por seu trabalho com projetos de gestão local, reabilitação de áreas urbanas e revitalização de zonas rurais, contribuindo para a reflexão sobre o papel do patrimônio histórico na reativação de atividades econômicas.
Claudete Barcellos (reg. prof. 6481)Leonardo Oliveira (reg. prof. 12552)
Ouça:Consultor francês defende acolhimento de turistas

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Exposição do artista porto-alegrense Pedro Weingärtner

Pedro Weingärtner (1853 – 1929) está na categoria de artistas cuja notoriedade em vida foi aos poucos sendo degradada após a morte. A bem da verdade, o pintor porto-alegrense jamais foi esquecido. No entanto, ainda que presente nos mais importantes acervos públicos e privados do país, Weingärtner foi classificado no escaninho dos nossos “mestres acadêmicos”, qualificação capciosa que concede o reconhecimento técnico com uma mão, mas subtrai a relevância artística com a outra.
A grande mostra que será aberta para o público amanhã no Margs busca recuperar o status do pintor, gravador e litógrafo que retratou cenas do interior gaúcho com o olhar detalhista de um fotógrafo.Exibida na Pinacoteca do Estado de São Paulo entre junho e agosto de 2009, a exposição Pedro Weingärtner: Um Artista Entre o Velho e o Novo Mundo é a maior retrospectiva do autor já organizada. O térreo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul vai reunir cerca de cem pinturas de Weingärtner – como os trabalhos em gravura e desenho do artista foram expostos recentemente por aqui, a curadora Ruth Sprung Tarasantchi deixou essa parte da mostra de fora da versão gaúcha.
Em compensação, novas telas de colecionadores do Rio, São Paulo e do Rio Grande do Sul, descobertas depois que a retrospectiva foi aberta na capital paulista, estarão presentes no Margs.– São 15 quadros novos, incluindo guaches com cenas de gaúchos tomando chimarrão, os retratos de um médico e de um homem vendendo bananas e o tríptico As Três Fases da Vida, de 1919, nunca exibido antes – explica Ruth.
Outro acréscimo a Um Artista Entre o Velho e o Novo Mundo que só os gaúchos verão é o enorme retrato de Júlio de Castilhos (2m40cm de altura por 1m40cm de largura), de 1905, pertencente à Assembleia Legislativa do Estado e que praticamente nunca saiu daquele prédio.– A moldura é enorme. Júlio de Castilhos aparece imponente, segurando a Constituição gaúcha. É uma obra majestosa – diz a curadora.
A biografia de Weingärtner é característica dos artistas de província na virada do século 19 para o 20, em busca de afirmação e reconhecimento em seu meio: oriundo de uma família de imigrantes alemães ligada à litografia, o gaúcho cedo foi aprimorar-se na Europa, depois de iniciar os estudos em Porto Alegre. Weingärtner passou largas temporadas na Alemanha, em Portugal, na Itália e na França. Tanto no Velho Continente quanto no Brasil – onde lecionou na Academia de Belas Artes, no Rio –, Weingärtner integrou júris de salões de arte e gozou do prestígio da burguesia, que adquiria seus trabalhos e encomendava-lhe retratos e paisagens. Ao mesmo tempo, o artista jamais esqueceu suas origens, retornando frequentemente a Porto Alegre e embarcando em viagens pelo interior do Estado, de Santa Catarina e do Rio de Janeiro, a fim de registrar os cenários, as gentes e os costumes nacionais.–
Detesto a palavra acadêmico, Weingärtner é um realista que retratava sua época, além de ser um grande pintor. Você pode entrar dentro dos quadros dele, que contam histórias de coisas que estão se perdendo – conta a especialista em pintura brasileira do século 19, que fez acima uma “visita guiada” ao quadro Kerb, de 1892, especialmente para Zero Hora.
Zero Hora -ROGER LERINA

quinta-feira, 8 de abril de 2010

II Conferencia Nacional de Cultura

Aqui está o relato sobre a II Conferência Nacional de Cultura no qual Alice Bemvenuti, arte-educadora, pesquisadora e artista plástica Mestre em História, Teoria e Crítica de Arte - UFRGS
Diretora de Patrimônio Cultural e Museu do Trem - São Leopoldo e Coordenadora da 1ªRegião Museológica do Sistema Estadual dos Museus SEM-RS, participou. Fica aqui seu registro para que todos possamos ficar informados sobre o que está ocorrendo na área da cultura no Brasil.


Caros Colegas e Companheiros,

Estivemos na II Conferência Nacional de Cultura - CNC - realizada em Brasilia entre os dias 11 e 14 de março último. No meu caso, estive como delegada do Setor de Museus e Memórias, juntamente com a Elisabeth Tamanini (SC), Átila Tolentino (PB), Ronaldo Alves de Oliveira (MG), Rafael Maldonado (MS), Kátia Loureiro (RJ), Renata Maués (PA), Ana Lúcia Cunha Silva (AC), Rafael Santa Rosa (SE), Henrique de Freitas (GO), e com representantes do SEM-RS e do IBRAM.

Quero compartilhar com vocês os aprendizados de um movimento comprometido que agregou muitas pessoas - muitas pessoas mesmo!!

Os 4 dias foram de bastante trabalho e intenso movimento, entre: identificar parceiros, conhecer gente nova, amarrar e articular para fortalecer as propostas desejadas, ouvir e propor, ouvir e reavaliar, ouvir e contra-propor... o tempo todo!!!

sim, na minha opinião o processo foi bastante democrático, o que significa também muita disputa. No primeiro dia a questão inicial era aprovar o regimento da Conferência e depois cumprí-lo a risca, sem prejudicar o processo de votação e de legitimidade de todo o processo iniciado nos municipios e nas bases de cada setorial, por isso tanto cuidado e disputa nos detalhes do texto desde o regimento.

Em síntese(do ponto de vista de uma pessoa comum) -

no primeiro dia pela manhã foram realizadas reuniões por delegações estaduais, neste caso, foi a minha oportunidade de reconhecer qual o grupo do meu estado, visto que eu estava como representante de um setor e conhecia alguns colegas, mas desconhecia a maioria dos representantes estaduais. Foi ótimo!

De tarde, uma primeira plenária geral, com um abertura não oficial. Estavam na mesa: Alice Castro (CNPC - Circo), Joãozinho (João Batista Riberio Filho - MinC) e Maria Izabel (cood da mesa). Joãozinho abre com um discurso de muita clareza, reforçando a necessidade de ouvir o outro, de dar direito a voz aos outros e que "liberdade de expressão é um patrimônio brasileiro, pois nós sabemos ouvir o outro e valorizar as diferenças", afirmou reforçando"graças as nossas diferenças e´qe podemos construir uma Conferência de Cultura". A tarde seguiu com a leitura do regimento pela Alice Castro e com a atitude didática de Maria Isabel, que esclarecia como deveria a plenária seguir o protocolo e assim legitimar o processo de aprovação tanto do regimento quanto, posteriormente, das propostas a serem aprovadas em plenária. Foi cansativo, também pudera, uma aula para mais de 2000 pessoas - maravilhoso!!!

a noite no Teatro Nacional a Abertura Oficial - maravilhosa!!! iniciamos ouvindo Chico César e finalizamos ouvindo Mônica Salmaso.

Eu gostei dos discursos de abertura. Todos com conteúdo direcionado a nós - delegados desta Conferência!!! A clareza do discuso da Silvana Meirelles - coordenadora Geral do CNC, assim como so demais discursos, pois deixou, a nós (delegados), tranquilos com o fato de demonstrar que o Ministério mantinha o respeito político e a coerência de conteúdo com a proposta da Conferência iniciada nos Municípios e nos Setores. Foi BOM ouvir todos os discursos. Discursos que mantinham a coerência e reforçavam que estavamos todos ali por um mesmo objetivo. A experiência da democracia estava sendo vivida por nós - representantes de diversos setores e estados. Digo isso, porque já participei de algunas atividades, em outras circunstâncias, em que as regras do jogo mudavam no meio do caminho conforme interesses. Neste caso, ao ouvir essa Abertura tivemos a confirmação de que o processo era legítimo, e isso emociona, ainda mais quando estamos comprometidos de coração com o grande processo da Conferência. E..., quanto ao discurso do Lula, foi no mesmo sentido - me emocionei!

no segundo dia fomos submetidos a uma avalanche de palestras e falas sobre os temas da Conferência - uhuuuu!!!! que eu adorei!! quero parabenizar os palestrantes e tb quem os convidou - pois, foram BRILHANTES!! - sem quaisquer exagero.

Vou fazer um breve relato da conferência magna, transcrevendo as minhas anotações pessoais:

Pela manhã:
Confererência Magna com o português Antônio Pinto Ribeiro (prof da PUC em Portugal) ah! eu descobri que ele também coordena o Programa Gulbenkian Próximo Futuro, até 2011.

Primeiro o cara elogiou a originalidade do evento e depois disse: "nós europeus temos tanto a aprender com o Brasil."

Tamabém com muita clareza e humildade o prof Antônio discorreu sobre os temas na seguinte perspectiva:
- cultura: desconstruir o tema da cultura, entendendo que a cultura é universal e que cultura é um conjunto de relações entre: imaginário, fantasia, objeto de culto e patrimônio. (eu adorei!!! essa definição)
- desconstruir a idéia de cultura e do patrimônio: na perspectiva de ter o patrimônio como: de domínio do simbólico, ser dinâmico, ser revisto, e ser uma resposta ao presente.
- cidade: lugar prioritário de encontro entre as pessoas - convívio: para haver convívio no lugar, é preciso negar a exclusão do sofrimento e morte de pessoas(cita apedrejamento de mulheres muçulmanas)
- cultura como plataforma de aproximação, mas deixa claro que não é tarefa da cultura resolver os problemas políticos e econômicos entre os povos. Cabe a cultura a negociação cultural entre as diferentes culturas.

Então dá sequência falando da generosidade do Brasil. (comentário meu: O prof Antônio dá as caracteristicas do Brasil, na persectiva da academia portuguesa com eloquência e nós, ouvintes brasileiros, ficamos estarecidos aos sermos objetos de estudo e de elogios).

Ele diz:
- Na perspectiva Européia, o visitante chega no local com sua cultura e humilha, abafa, malatrata a cultura do anfitrião que o recebe.
- Na perspectiva Brasileira, o visitante que chega é tratado com generosidade pelo anfitrião.

Assim, o Brasil é multicultural desde a chegada do visitante e hoje tem uma interculturalidade muito produtiva.

Então ele afima com veemência: só haverá utilização com produtividade da indústria criativa que alimenta a economia de todas as cidades, se a criatividade for reconhecida e divulgada, assim como os artistas, os produtores, os autores, os intelectuais e tudo isso se dará se houver investimento na educação artítica (lemos aqui no Brasil: o ensino da arte nas escolas e a arte-educação de modo geral)

ainda pela manhã, no mesmo auditório, constituiu-se nova mesa, intitulada:
Mesa - Eixos Integradores, com a seguinte composição:
Coord da mesa: Silvio Da Rin - Secretário do Audiovisual - MinC
Para falar do Eixo 1: Produção Simbólica e Diversidade Cultural
Prof. Laymert Garcia (UniCamp e Diretor da Fundação de São Paulo)
Para falar do Eixo 2: Cultura, Cidade e Cidadania
Músico Chico César (Diretor da Fundação Cultural de João Pessoa - PB)
Para falar do Eixo 3: Cultura e Desenvolvimento Sustentável
Danilo Mianda (Dietor do SESC SP, CNPC-Representante dos Sistemas)
Para falar do Eixo 4: Cultura e Economia Criativa
economista Ana Carla Fonseca Dias (FVG-SP e Candido Mendes-SP)
Para falar do Eixo 5: Gestão e Institucionalidade da Cultura
Alfredo Manevy - Secretário Executivo - MinC

De tarde mais mesas redondas com palestras, mas desta vez, eram cinco salas simultâneas. Os depoimentos, falas, teorizações, troca de experiências, etc...foi uma overdose saudável, pois deixou "o cara" tonto, e se por algum motivo ele poderia estar distante do assunto, acabou se contextualizando na amarra.

Neste meio tempo, tive tempo de escrever a MOÇÃO DA ARTE-EDUCAÇÃO. A moção solicita a criação de uma vaga no CNPC - Conselho Nacional de Políticas Culturais para a arte-educação. Assim, naquela tarde ainda pude abordar as pessoas, uma a uma, explicando a importância disto e passando o documento de mão em mão para recolher as assinaturas. Relembro a todos que a Moção inicial foi retirada no Fórum Social Mundial em São Leopoldo(em janeiro), depois conseguimos que saísse uma Moção da Pré-Conferêcnia dos Museus e Memória, no Rio de Janeiro, e agora repetimos o documento, na tentiva de legitimar a solicitação. Também foi movimentado na Pré-conferência de Teatro pelo Marcio Silveira dos Santos e na Pré-Conferência de Artes Visuais pela Lívia Martucci processos semelhantes, para que entrasse na pauta da Pré-Conferência a questão da requisição de uma "cadeira" no Conselho Nacional de Políticas Culturais - CNPC, incluíndo assim a representação da arte-educação.

No texto escrevi:
Nós delegados da II Conferência Nacional de Cultura, reunidos em Brasília no período de 11 a 14 de março de 2010, solicitamos a inclusão do segmento de arte-educação contemplamdo: educação e cultura, educação em museus, educação para o patrimônio, educação para a diversidade e agenciamento sócio-cultural e arte-educação no Conselho Nacional de Políticas Culturais – CNPC, com direito a representação da sociedade civil e governamental, passando assim a compor uma cadeira no conselho.

Neste dia e meio obtive um total de assinaturas: 206. Foi o suficiente para deste modo garantir a aprovação da moção como número 4 na plenária final.
SUGESTÃO: agora é preciso que a FAEB organize para no próximo Congresso outras parceiras da arte-educação discutam o assunto, assim incluindo novos propositores e interessados da socidade civil para então compor um colegiado e assim dar continuidade ao processo, ganhando força, pois o caminho foi aberto, mas precisa ser ocupado, caso contrário não legitimaremos essa representatividade para ocupar um assento no Conselho - CNPC.


no terceiro dia as mini-plenárias

as mini-plenárias foram tambaém intensas,iniciamos pela manhã e o processo era bastante complexo. Na coordenação da mesa estava Maria Helena Signorelli e o Antônio Carlos Pinto Vieira.

Bem, com certa noção de que o processo era bastante ágil, me preparei lendo anteriormente todas as propostas do eixo e fazendo anotações em cada uma delas, a fim de agrupar e/ou substituir termos por palavas mais técnicas ou mais abrangentes, conforme o caso. Tudo isso sempre tendo em mente os pontos importantes para o Setor no qual eu representava, assim como as propostas estaduais da Região na qual eu também representava. Eta ferro!!!

Bem, nos organizamos em um grupo para melhor cercar o campinho (de batalha). Então, tanto alguns colegas da área de Museu, como de Artes Visuais e do grupo de São Leopoldo, unimos esforços para desde o momento inicial marcar quais "destaques" gostaríamos de fazer nas propostas, para assim posteriormente apresentar os destaques, argumentar e articular com outros setores, que também apresentavam textos que poderiam somar com nossos interesses. Grande aprendizado coletivo - ufa!!!
Trabalhamos como máquinas e saímos todos vitoriosos deste processo intenso e delirante. Garantimos o agrupamento de assuntos de interesse não só dos museus, mas nos aliamos também com questões do patrimônio, que se apresentavam através de representantes da arqueologia, da cultura digital, dos arquivos públicos, etc. Também foi possível ampliar nosso leque de parceiros na articulação com representantes das artes visuais, do setor do livro e biblioteca, das culturas populares, dos pontos de cultura, etc, etc, e assim fomos somando e somando para que ao invés de disputarmos uma guerra, construíssemos textos sedimentados e que os mesmos incluíssem nossos anseios - daqueles que lutam pela ARTE e pela CULTURA.

a amini-plenária terminou n final da tarde, mas eu permancei até o escrutínio das 5 prioridades (semi-final) que seriam apresentadas no dia seguinte na plenária final para concorrer a prioridade (final), que seria então divulgada, anunciada, gritadas aos 4 cantos. Acompanhei o processo até o útimo minuto, assim já poderia ter o número das propostas que passaria a disputar como prioridades no dia seguinte. Saimos do Centro de Conveções Brasil 21 a meia noite com a tarefa realizada!

no quarto dia, a grande plenária final, que desde cedo iniciou quente, com articulações entre os mais diversos seguimentos, estados,etc.

A mesa que coordenou foi objetiva, abrindo com o primeiro ponto de pauta a proposta das mini-plenárias de aprovação em massa das prioridades defendidas pelas Setoriais, sem que houvessem qualquer debate ou alteração. A aprovação pela plenária foi unânime. Dá pra conferir aqui no link as 95 propostas setoriais vindas das Pré-conferências.

Passando as prioridades votadas(afuniladas) nas mini-plenárias (no dia anterior) apenas uma pessoa ficou responsável para defender o texto e ler o conteúdo do texto conforme a versão final e após todos falarem 2 minutos, houve a votação das prioridades em cédulas.

Considerando o Eixo 2, organizei um pequenos resumo das propostas aprovadas com prioridade a partir do debate deste eixo. Então, leia abaixo fruto do trabalho da mini-pelnária realizada no sábado:

EIXO 2: CULTURA, CIDADE E CIDADANIA
Subeixo 2.1: Cidade como fenômeno cultural
80 - Estabelecer uma política nacional integrada ... criação de fontes de financiamento, ... requalificação de espaços e complexos culturais com acessibilidade plena: teatros, bibliotecas, museus... priorizando a ocupação dos patrimônios da união, dos estados, municípios e do Distrito Federal em desuso no país.
83 - Criar marco regulatório (Lei Cultura Viva) que garanta que os Pontos de Cultura se tornem política de Estado...

SUB–EIXO: 2.2 - Memória e Transformação Social
101 - Incluir na agenda política e econômica da União...o fomento à leitura por meio da criação de bibliotecas públicas, ..., capacitação de recursos humanos, ...,com objetivo de democratizar o acesso à cultura oral, letrada e digital.
112 – Propiciar condições plenas de funcionamento ao Ibram, de modo a garantir com sua atuação, que os museus brasileiros sejam consolidados como territórios de salvaguarda e difusão de valores democráticos e de cidadania...

SUB–EIXO: 2.3 - Acesso, Acessibilidade e Direitos Culturais
124 – Criar dispositivos de atualização da lei de direitos autorais em consonância com os novos modos de fruição e produção cultural ... facilitando o uso de licenças livres e a produção colaborativa, ...
131 – Assegurar a destinação dos recursos do Fundo Social do Pré-sal para a cultura, aos programas de sustentabilidade e desenvolvimento do Sistema Nacional de Cultura, ampliando os investimentos nos programas que envolvam conveniamentos entre União, Estados, Municípios e Distrito Federal.

Concluindo:
Somando os 5 eixos, foram analisadas ao todo 347 propostas durante a Conferência Nacional de Cultura, sendo que o resultado final foram destacadas em 32 propostas prioritárias. Dá para ler no linck as prioridades que foram aprovadas. Leia 32 prioridades que nortearão as políticas públicas a partir de então.

Quanto as Moções, elas foram apresentadas e aprovadas na Plenária após as propostas para serem votadas. Assim além da Moção de número 4, também participei na coleta de assinaturas para a Moção de número 27, que foi referente a criação do fundo setorial de Desenvolvimento dos Museus - também aprovada!!!

Ao total, a Plenária Final aprovou 31 das 38 moções que foram encaminhadas, elas serão incluídas nos anais da Conferência. Citos rapidamente parte do conteúdo de outras moções apresentadas, entre as quais assinei algumas que tive contato:
Solicitação de agilidade no repasse dos recursos para as cidades históricas
Integrar o segmento de arquivos no Sistema Nacional de Cultura
Reconhecir e regulamentr a profissão de vaqueiro
Empenho dos órgãos governamentais para realizações de atividades necessárias para assegurar reconhecimento de patrimônio histórico da humanidade a Praça São Francisco de Assis – São Cristovão/SE (pela UNESCO)
Retificação do artigo que institui o PRÊMIO DE TEATRO BRASILEIRO
Assegurar aos artesãos visitantes e ou itinerantes, dentro do território nacional, os direitos de cidadão, direito de ir e vir, ter acesso aos locais que tradicionalmente comercializem sua produção
Criação de um Fundo Amazônico de Cultura (Total de assinaturas: 596)
Inclusão no ECA do entendimento dos ofícios e saberes do patrimônio cultural, ampliando o conceito de regime família, de trabalho
Ampliar a compreensão geral de que a moda... apoio para viabilizar projetos culturais de inclusão social e formação profissional nos níveis técnicos, tecnológicos e científicos que possibilitem dos meios de produção, promova processos sustentáveis
Criação das Secretarias de Cultura nos estados que ainda não dispõem
Demarcação de territórios indígenas no Brasil...e respeito aos direitos, as culturas, aos movimentos indígenas organizados e às lideranças indígenas brasileiras
Reconhecimento político, econômico e sócio-cultural dos(as) Griôs
Para quem quiser conferir o texto das Moções na íntegra, basta clicar no linck: Confira aqui as moções aprovadas.

Para finalizar essa longa conversa, anexei algumas fotos.

Fotos - em anexo

- delegação de São Leopoldo: Diretora de Patrimônio Cultural e do Museu do Trem Alice Bemvenuti; Secretário de Cultura Vitor Ortiz; Diretor de Politica Cultura e Diversidade Pedro Vasconcellos (dia 11.03)
- chegada ao II CNC: Kátia, Ronaldo e Alice (dia 11.03)
- IBRAN, SEM-RS e delegados reunidos no saguão interno (dia 12.03)
- público presente na mini-plenária do Eixo 2: Cultura, Cidade e Cidadania (dia 13.03)
- Alice Bemvenuti defendendo proposta na mini-plenária do Eixo 2 (dia 13.03)
- Mário Chagas defendendo a proposta n.112 na Plenária Final (dia 14.03)


Fonte: Alice Bemvenuti
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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Site do Museu da Maré


Para quem ainda não visitou o Museu da Maré, agora pode realizar um visita virtual através do site e conhecer a Exposição 12 Tempos.
http://www.museudamare.org.br/joomla/