Única chácara do século 19 que restou na Cidade Baixa, o espaço que abriga o Museu de Porto Alegre – Joaquim Felizardo vai passar por uma grande reformulação.
O casarão da Rua João Alfredo vai ganhar um prédio anexo com o triplo do seu tamanho, nos fundos do terreno, como parte de um projeto que visa a transformar o museu no grande centro de preservação da memória da Capital.
Trata-se de algo ambicioso, embora de orçamento moderado (leia abaixo). O velho casarão permanecerá intocável, assim como todas as inúmeras árvores do terreno _ que tem, para quem não conhece, inimagináveis 5,4 mil metros quadrados. O anexo, projetado pelos arquitetos Julio Collares e Dalton Bernardes, será construído sobre o gramado aos fundos, ocupando mais de 1,6 mil metros quadrados.
– Será uma edificação térrea, bem contemporânea – explica Luiz Antônio Custódio, coordenador de Memória Cultural da Secretaria da Cultura (SMC) de Porto Alegre. – Ali haverá uma exposição permanente da história recente da cidade. O casarão à frente ficará com uma mostra de fotos e objetos antigos, de modo que as duas coisas se complementem e toda a trajetória da Capital seja contemplada.
O novo prédio abrigará salas voltadas à documentação e à pesquisa e terá também um espaço para a preservação e a exposição de peças da arqueologia da cidade. Um dos três bondes da Carris que restaram intactos ficará no pátio, onde haverá ainda um café e um palco para shows – atualmente, o museu conta apenas com acervo fotográfico e uma exposição permanente, que, no entanto, é bastante acanhada.
Ontem à tarde, Dia Internacional dos Museus, seria apresentada também a nova identidade visual da instituição, assim como uma linha de suvenires concebida sobre os desenhos de monumentos da cidade de autoria de Joaquim da Fonseca. Mais interessante ainda é a ação de ampliação da fototeca do museu, que integra o projeto: a SMC vai convocar a população a disponibilizar suas fotos históricas, mesmo que familiares, buscando formar o mais completo acervo de imagens da história de Porto Alegre.
– Já temos um bom arquivo visual da enchente de 1941, por exemplo, mas há lacunas em períodos como a Legalidade e a Revolução de 1930 – diz o secretário Sergius Gonzaga. – Évora (em Portugal) tem 50 mil habitantes e um acervo de 700 mil fotos graças a uma campanha da prefeitura junto à população. Por enquanto, temos 5 mil imagens digitalizadas, mas vamos aumentar. E tudo estará disponível online. É o que pretendemos.
Projeto será pago apenas com recursos públicos
O casarão que abriga o museu desde 1982 é denominado Solar Lopo Gonçalves. Está em bom estado de conservação, graças à restauração recente a que foi submetido. Por isso, o projeto de ampliação prevê intervenções apenas no terreno aos fundos.
O orçamento do projeto é de R$ 3,75 milhões, que serão buscados exclusivamente junto a empresas estatais ou por meio de renúncia fiscal – leia-se LIC (do Estado) e Lei Rouanet (do governo federal). Para efeitos de comparação, o Museu do Internacional, inaugurado recentemente, custou mais de R$ 4 milhões – sem necessitar de reformas estruturais no prédio onde está sediado.
O modelo de financiamento será semelhante ao da Cinemateca Capitólio, que custou mais de R$ 5 milhões obtidos junto à Petrobras e ao BNDES – e cujas obras se arrastam desde 2004. Portanto, nada a ver com as reformas do Auditório Araújo Vianna, para as quais a prefeitura da Capital selecionou empresas buscando estabelecer uma parceria de gestão público-privada.
Lembra o secretário da Cultura do município, Sergius Gonzaga, que o projeto de ampliação do museu existe há bastante tempo e que foi retomado agora, para ser concluído antes do início da Copa de 2014.
– Ele será a grande referência sobre a história da cidade, para ser visitado por todos que aqui estiverem – projeta Gonzaga.
Quanto às reformas nos demais espaços, o secretário demonstra otimismo: o Capitólio concluiu a captação de verba recentemente, e o Araújo Vianna segue com prazo de conclusão fixado em setembro de 2011.
– A obra está andando. Não vemos porque os esforços estão concentrados, neste momento inicial, na cobertura, que será trazida pronta para ser montada no local. Ano que vem, o auditório deverá estar concluído.
O casarão da Rua João Alfredo vai ganhar um prédio anexo com o triplo do seu tamanho, nos fundos do terreno, como parte de um projeto que visa a transformar o museu no grande centro de preservação da memória da Capital.
Trata-se de algo ambicioso, embora de orçamento moderado (leia abaixo). O velho casarão permanecerá intocável, assim como todas as inúmeras árvores do terreno _ que tem, para quem não conhece, inimagináveis 5,4 mil metros quadrados. O anexo, projetado pelos arquitetos Julio Collares e Dalton Bernardes, será construído sobre o gramado aos fundos, ocupando mais de 1,6 mil metros quadrados.
– Será uma edificação térrea, bem contemporânea – explica Luiz Antônio Custódio, coordenador de Memória Cultural da Secretaria da Cultura (SMC) de Porto Alegre. – Ali haverá uma exposição permanente da história recente da cidade. O casarão à frente ficará com uma mostra de fotos e objetos antigos, de modo que as duas coisas se complementem e toda a trajetória da Capital seja contemplada.
O novo prédio abrigará salas voltadas à documentação e à pesquisa e terá também um espaço para a preservação e a exposição de peças da arqueologia da cidade. Um dos três bondes da Carris que restaram intactos ficará no pátio, onde haverá ainda um café e um palco para shows – atualmente, o museu conta apenas com acervo fotográfico e uma exposição permanente, que, no entanto, é bastante acanhada.
Ontem à tarde, Dia Internacional dos Museus, seria apresentada também a nova identidade visual da instituição, assim como uma linha de suvenires concebida sobre os desenhos de monumentos da cidade de autoria de Joaquim da Fonseca. Mais interessante ainda é a ação de ampliação da fototeca do museu, que integra o projeto: a SMC vai convocar a população a disponibilizar suas fotos históricas, mesmo que familiares, buscando formar o mais completo acervo de imagens da história de Porto Alegre.
– Já temos um bom arquivo visual da enchente de 1941, por exemplo, mas há lacunas em períodos como a Legalidade e a Revolução de 1930 – diz o secretário Sergius Gonzaga. – Évora (em Portugal) tem 50 mil habitantes e um acervo de 700 mil fotos graças a uma campanha da prefeitura junto à população. Por enquanto, temos 5 mil imagens digitalizadas, mas vamos aumentar. E tudo estará disponível online. É o que pretendemos.
Projeto será pago apenas com recursos públicos
O casarão que abriga o museu desde 1982 é denominado Solar Lopo Gonçalves. Está em bom estado de conservação, graças à restauração recente a que foi submetido. Por isso, o projeto de ampliação prevê intervenções apenas no terreno aos fundos.
O orçamento do projeto é de R$ 3,75 milhões, que serão buscados exclusivamente junto a empresas estatais ou por meio de renúncia fiscal – leia-se LIC (do Estado) e Lei Rouanet (do governo federal). Para efeitos de comparação, o Museu do Internacional, inaugurado recentemente, custou mais de R$ 4 milhões – sem necessitar de reformas estruturais no prédio onde está sediado.
O modelo de financiamento será semelhante ao da Cinemateca Capitólio, que custou mais de R$ 5 milhões obtidos junto à Petrobras e ao BNDES – e cujas obras se arrastam desde 2004. Portanto, nada a ver com as reformas do Auditório Araújo Vianna, para as quais a prefeitura da Capital selecionou empresas buscando estabelecer uma parceria de gestão público-privada.
Lembra o secretário da Cultura do município, Sergius Gonzaga, que o projeto de ampliação do museu existe há bastante tempo e que foi retomado agora, para ser concluído antes do início da Copa de 2014.
– Ele será a grande referência sobre a história da cidade, para ser visitado por todos que aqui estiverem – projeta Gonzaga.
Quanto às reformas nos demais espaços, o secretário demonstra otimismo: o Capitólio concluiu a captação de verba recentemente, e o Araújo Vianna segue com prazo de conclusão fixado em setembro de 2011.
– A obra está andando. Não vemos porque os esforços estão concentrados, neste momento inicial, na cobertura, que será trazida pronta para ser montada no local. Ano que vem, o auditório deverá estar concluído.
ZH - 19/05/2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário