Anajara nos
apresentou o documentário que realizou durante o mestrado sobre a dificuldade
que pessoas com algum tipo de deficiência enfrentam ao chegar na Casa de
Cultura Mario Quintana localizada no Centro Histórico de Porto Alegre. As
dificuldades são diversas no sentido do próprio acesso, na localização dos
serviços da Casa, no sentido de informação por parte do corpo funcional e
também pela própria maneira de tratamento dos funcionários que não apresentam
nenhum tipo de capacitação para tratar com este tipo de público.
A partir deste contexto a professora propôs que como futuros museólogos fizéssemos uma reflexão, sobre, quais os desafios para os futuros profissionais de museus pensar a acessibilidade dos espaços culturais no Mundo Contemporâneo?
Acredito que como futuros museólogos atuando junto a gestores
de instituições museológicas, temos que propormos ações destinadas a todo tipo
de público e usuários. A questão de acessibilidade cultural parte de um projeto
maior, de um conjunto de uma consciência da forma dos usos de todos os grupos
que utilizam estes espaços. Como foi falado em aula acessibilidade não é
somente uma rampa, mas pensar em todo processo de como a exposição, o acervo
podem ser preparados pra serem usados por todos.
Apresento dois exemplos de trabalhos relacionados sobre a
exposição e o acervo para deficientes visuais como propostas para seguirmos
pensando como trabalhar as questões culturais, o importante é que o tema
acessibilidade e cultura do acesso estejam sempre presentes em nosso trabalho.
O primeiro é o trabalho de conclusão de curso de Geanine Vargas Escobar, do curso de Conservação e Restauro de Bens Culturais Móveis pela Universidade Federal de Pelotas/RS, intitulado: O conservador em conflito: A iluminação em Museus com proposta para inclusão de deficientes visuais, este trabalho foi defendido em 2011 e teve como professora orientadora Dr. Francisca Michelon.
O
segundo exemplo é sobre um projeto coordenado pela Professora Francisca
Michelon da Universidade Federal de Pelotas. O nome da proposta é: Fotografia para Ouvir. “É uma proposta na qual a descrição técnica da fotografia é transformada em uma narração da cena registrada adequada para ser ouvida. Assim, o ouvinte é capaz de, através da descrição, imaginar a fotografia e inteirar-se de algum dos muitos sentidos que ela possa ter, confrontando a sua visão com aquela apresentada na locução”. Para conhecer melhor o projeto acesse: http://www.ufpel.edu.br/ich/arquivofotografico/?p=752
Estes dois exemplos de trabalhos apresentados
sobre o tema de acessibilidade é uma forma de estimular e começarmos a pensar
nos nossos desafios futuramente para nossas práticas museológicas.
Aplicar o que está na Lei e pedir auxílio para
instituições especialistas neste assunto, quando não sabemos por onde começar
são pontos essenciais.
Como experiência própria posso relatar que em 2011, quando trabalhava no
Museu de História da Medicina do RS, o corpo funcional realizou um treinamento
interno, Acessibilidade para Pessoas com
Deficiência, ministrado por Viviane Panelli Sarraf à qual é
diretora-fundadora da empresa Museus Acessíveis e consultora de acessibilidade
cultural da Fundação Dorina Nowill para cegos, localizada em São Paulo. Acredito que preparar os funcionários destas instituições culturais para receber este público seria o primeiro desafio e o segundo pensar em projetos para serem aplicados nas instituições culturais, conforme a necessidade de todos.
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